• À Prova de Balas (excessivamente confiante)
• Ostra (pouco autoconfiante)
• Docinho de Coco (superprotetor)
• Crítico (exigente, implicante ou rude demais)
• Iceberg (pouco afável)
• Catatônico (paixão, visão ou vigor baixos)
• Rolo Compressor (excessivamente dominante)
• Tartaruga (resistente a mudanças)
• Vulcão (agressivo, raivoso)
• Rápido no Gatilho (pouco autocontrole, impulsivo)
Limitação fatal nº 1: A Prova de Balas (excessivamente
confiante)
Você é À Prova de Balas?
c Eu sou um dos principais fatores do sucesso e dos feitos
realizados pelas equipes das quais participo.
c Você dificilmente encontrará alguém que tenha um desempenho
tão bom quanto o meu.
c Quando tenho uma ideia nova, levo-a adiante e não peço
conselhos aos demais para decidir o melhor rumo.
c Não me preocupa muito o que as outras pessoas pensam ou sentem
com relação a mim.
c Algumas pessoas às vezes me acham arrogante, mas eu
simplesmente digo as coisas como são.
c Eu realmente acredito nos meus palpites, mesmo quando os fatos
não os confirmam.
c Não é raro as pessoas me dizerem que parece que não dou
ouvidos a elas.
c Quando é preciso admitir a culpa, aceito parte dela, mas
enfatizo as falhas das outras pessoas.
c Quando entro em discordância com alguém, raramente paro e
reflito de forma objetiva ou pergunto à outra pessoa exatamente de que forma contribuí
para o conflito.
cÀs vezes assumo um jeito de superioridade ao expressar minhas opiniões.
Sou À Prova de Balas - socorro!
Em certos aspectos, essa limitação pode ser uma das mais
paralisantes, pois as outras pessoas deixam de opinar quando percebem que a
opinião delas não é bem-aceita. E, da próxima vez que alguém estiver lhe dando
conselhos, evite pedir esclarecimentos demais - isso também é fatal. Mesmo se
os conselhos forem um pouco confusos, um simples "obrigado" é o
suficiente; depois você pode decidir se precisa que algo seja esclarecido.
Outro comportamento típico é o de "arrastar" as pessoas em vez de
tê-las ao seu lado. Não conheço muita gente que goste ou que tolere ser
arrastada, então preste atenção ao seu modo de agir. Percebi que alguns
indivíduos falam tão alto que ninguém os escuta. Isso é uma pena, pois podem
ter ideias ótimas, mas os outros passam a filtrar o que eles dizem. Para que
ouçam suas opiniões, tente se comunicar usando o tom de voz adequado.
Etapas de TrAção específicas
Aqui estão algumas ações que você pode adotar para começar
hoje mesmo a ganhar TrAção e se transformar numa pessoa melhor. Após ler todos
os capítulos referentes às limitações, se esta ficar caracterizada como uma das
suas limitações fatais, etapas como estas farão parte do seu Plano de TrAção.
• Vou pedir a opinião de alguém com personalidade forte e
formular perguntas direcionadas às áreas nas quais estou trabalhando (por
exemplo, "Eu tenho sido teimoso?" ou "Eu tenho dado atenção às
pessoas?"). A cada semana, vou pedir a alguém que me dê uma nota de 1 a
10. Se a nota for abaixo de 10, vou responder: "Obrigado. Você tem alguma
sugestão para que eu melhore?"
• Vou deixar de ser visto como alguém inflexível. Por
exemplo, quando estiver discutindo um assunto no qual eu discorde de alguém,
darei mais atenção ao interlocutor, tentando compreender de fato seus
sentimentos e suas opiniões, em vez de ficar formulando mentalmente o que
falarei em seguida. E, se alguém pedir minha opinião, vou começar fazendo
perguntas, em vez de simplesmente responder. Isso me ajudará a parecer menos
autoritário e incentivará as outras pessoas a sugerirem respostas também.
• Vou começar a pedir mais a opinião de pessoas cuja visão é
diferente da minha. Por exemplo, ao apresentar minhas ideias, tentarei aprender
com aquelas que fizerem perguntas difíceis.
Como lidar com uma pessoa À Prova de Balas?
Para lidar de forma eficiente com alguém assim, é sempre
importante mostrar que se admira a pessoa. Toda limitação, ainda que extrema,
contém alguns aspectos positivos; portanto, dê opiniões positivas também.
Alguns pontos favoráveis que podem ser enfatizados: a pessoa À Prova de Balas é
confiante, segura e independente.
• Para persuadi-la, tente fazer com que a ideia ou decisão
pareça ser dela. Procure uma abordagem que inclua frases como "Você disse
algo parecido com isso um tempo atrás, e estou desenvolvendo a ideia". Em
vez de afirmar qual é o resultado que você espera, faça uma pergunta ou
apresente uma situação em que a pessoa chegue à conclusão que você deseja. Se
ela expressar uma opinião, lembre-se de reforçá-la e de evitar contradizê-la
enfaticamente.
• Uma das melhores maneiras de lidar com alguém que tem essa
limitação é ouvir o que ele tem a dizer, concordar e explicar que você tem mais
algumas informações que podem ajudar. Use essas informações para auxiliar a
pessoa a perceber onde ela se engana ou por que está indo na direção errada,
mas deixe claro que seu objetivo é o sucesso dela. Ser inflexível ou ríspido
com indivíduos que têm esse perfil raramente dá certo e pode causar conflitos,
gerando ressentimentos de sua parte. Embora as pessoas À Prova de Balas sejam
insistentes, isso não significa que sejam más ou mal intencionadas; porém às vezes
precisam de ajuda até adotarem uma perspectiva diferente.
Limitação fatal nº 2: Ostra (pouco autoconfiante)
c
Se cometo um erro ou desaponto alguém, tenho dificuldade em superar isso.
c
Há muita gente mais talentosa do que eu.
c
O que as outras pessoas pensam de mim é muito importante.
c
Sou tímido e reservado. Conhecer pessoas novas é difícil para mim.
c
Cedo facilmente perante pessoas de personalidade forte.
c
Quando alguém me faz um elogio, me sinto constrangido em agradecer, então tendo
a desconversar.
c
Ao deparar com uma situação nova, não sei bem como proceder sem a orientação de
alguém.
c
Às vezes internalizo pequenas frustrações e, um dia, desabafo todas de uma vez.
c
Nem sempre expresso minhas opiniões, pois provavelmente outra pessoa já teve a
mesma ideia.
c
O conflito me desgasta muito, então costumo evitá-lo - às vezes faço isso não
dizendo o que realmente penso.
Sou uma Ostra - socorro!
"Sem pensar muito, dizendo a primeira ideia que vier à
sua cabeça, liste seus pontos fortes - aquilo em que você acredita que se
sobressai." Geralmente, a pessoa fica um minuto murmurando algumas
palavras, constrangida, até que eu vá em seu socorro. Analiso as respostas e
afirmo quanto ela é modesta, estimulando-a a criar coragem de assumir mais seus pontos fortes. É quase como se ela se
visse através de óculos embaçados, sem conseguir enxergar sua beleza e seu
talento no espelho. Portanto, Seu principal objetivo é conseguir reconhecer e
tirar proveito de seus pontos fortes. Outra situação para se refletir: se você
estivesse trabalhando em um projeto com uma criança e esta estivesse se
esforçando muito, mas cometesse erros, sei exatamente como você reagiria.
Diria: "Faça direito, seu bobo! Por que não é mais cuidadoso? Veja só,
errou de novo!" É claro que não estou falando sério, pois você nunca diria
isso. Mas, se não é certo falar desse jeito com uma criança, por que você fala
assim consigo mesmo? Alguns dos meus melhores amigos já enfrentaram esse
problema, e eu fico muito triste de constatar quanto eles internalizam.
Enquanto escrevo isto, me vêm à mente as lembranças de épocas difíceis da minha
vida, quando eu vivia me martirizando. Todos devemos manter a humildade e a
sensibilidade, mas não podemos deixar que esses pontos fortes se transformem em
limitações.
Etapas de TrAção específicas
• Vou começar a assumir meus pontos fortes organizando-os em
uma lista e lendo-a diariamente até que eles estejam totalmente internalizados.
(Talvez você precise de um amigo de confiança para ajudá-lo a elaborar a
lista.)
• Quando eu começar a ter pensamentos negativos sobre mim
mesmo, vou passar a substituí-los por outros mais verdadeiros. Então, em vez de
pensar: "Não acredito que derramei a garrafa de vinho nele... Fui tão
distraída! posto que ele ficou mais
chateado do que pareceu... Eu só estava tentando ajudar, e veja só o que
fiz", vou substituir por: "Isso pode acontecer com qualquer um, e ele
sabia que eu só estava tentando ajudar. Não há mais nada que eu possa fazer agora,
por isso vou manter em mente que foi um jantar muito agradável."
• Vou começar um diário. Escreverei o que estou pensando
sobre mim e observarei a progressão com o passar do tempo. (Releia periodicamente
o diário com alguém em quem você confia e que o apoiará no processo de
crescimento.)
• Deixarei de ser visto como uma pessoa que precisa muito
receber incentivo de terceiros. Se alguém não explicitar uma aprovação, vou me distanciar
um pouco e decidir objetivamente que mesmo assim sou capaz de avançar. Sem
deixar de ser sensível ao que os outros pensam, vou procurar me autoafirmar.
Como lidar com uma Ostra?
Para lidar de forma eficiente com alguém assim, é sempre
importante mostrar que se admira a pessoa. Toda limitação, ainda que extrema,
contém alguns aspectos positivos; portanto, dê opiniões positivas também.
Alguns pontos favoráveis que podem ser enfatizados: a Ostra é modesta,
sensível, companheira.
• É particularmente importante ter sensibilidade na
comunicação com as pessoas que têm essa limitação. Se precisar contra dizê-las,
certifique-se de que você é a pessoa ideal para fazer isso e lembre-se de que
os ouvidos delas amplificam as críticas. Uma técnica que dá bons resultados é
fazer perguntas para ajudá-las a compreender outro ponto de vista, sem se
sentirem agredidas. Respeite-as e conquiste o direito de ser ouvido. Sempre
ressalte os aspectos positivos delas e de seu trabalho, motivando-as como se
estivesse torcendo por elas. Incentive-as dizendo "É isso aí!" ou
"Puxa, que ótimo!" e tente deixá-las em uma posição que envolva o
menor risco possível.
• Faça um esforço adicional para dar ouvidos a pessoas assim
e tente compreender seus sentimentos. Desenvolva empatia pelo comportamento
atual delas conhecendo melhor as experiências que tiveram. Faça perguntas como:
"Seja sincero: o que você está sentindo?" e "Eu realmente
preciso que você me responda com sinceridade: eu disse algo que está
incomodando você?" Lembre-se de que alguém que luta contra a falta de
autoconfiança tende a ocultar os sentimentos para evitar conflitos. Você
precisará insistir mais do que o normal para que as Ostras expressem o que
pensam.
Limitação fatal nº 3: Docinho de Coco (superprotetor)
c
Acredito que, com o tempo, as pessoas vão acabar corrigindo os próprios erros.
c
Se alguém do trabalho está meio deprimido ou precisa de ajuda, tende a me procurar.
c
É mais importante ajudar alguém que está com problemas do que terminar uma
tarefa no trabalho.
c
Às vezes, falo o que a outra pessoa quer ouvir, em vez de dizer o que estou
realmente pensando.
c Para mim, é difícil ser uma pessoa rígida e que impõe disciplina.
c
Os sentimentos das pessoas são extremamente importantes para mim e, por isso,
às vezes eu as tiro das encrencas em que elas mesmas se meteram.
c
Tenho muita dificuldade em dizer não às pessoas.
c
Todos os dias estou sobrecarregado pelas responsabilidades que assumo.
c
Eu teria dificuldade em dizer algo que pudesse magoar outra pessoa, mesmo se
fosse muito necessário dizê-lo.
c
Às vezes, sinto que as pessoas se aproveitam da minha boa vontade em ajudar.
Sou um Docinho de Coco - socorro!
Sou muito cuidadoso ao discutir essa limitação, pois é
difícil dizer a alguém tão gentil e atencioso que ele pode estar agindo de uma maneira
que não é apropriada. Então, primeiro elogio todos os que são muito protetores
e espero que continuem a ajudar e incentivar aqueles à sua volta. Eis aqui algo
para refletir: certamente todos se lembram das instruções que a aeromoça ou o
comissário de bordo dão, assim que entramos em um avião: "Em caso de
emergência, máscaras de oxigênio cairão do compartimento superior. Ponha
primeiro a máscara em você e só depois ajude quem estiver do seu lado." Há
um motivo para que você ponha sua máscara primeiro: se estiver usando-a, poderá
ajudar melhor àqueles com quem se preocupa. Imagino que você fica tão ocupado
ajudando as outras pessoas que, de vez em quando, acorda e descobre que seu
tanque de oxigênio está vazio. Então assegure-se de mantê-lo sempre cheio! Esse
conselho pode parecer egoísta, mas não é. Muitas vezes, simplesmente saber
dizer NÃO é um dos maiores problemas. Eu trabalho com muita gente que sofre com
isso. A mensagem que costumamos divulgar é: "'Não' não quer dizer que se é
negativo." Se eu sempre digo não, então é claro que eu sou o componente negativo
da equação. Porém, em alguns casos, dizer não é a melhor saída. Minha missão é
dizer a você o que fazer em cada situação? Ou fazer de você uma pessoa
rigorosa? Ou, pior, torná-lo egoísta? É claro que não. Meu objetivo é
simplesmente ajudá-lo a encontrar o equilíbrio. Quero apenas incentivá-lo a se autoavaliar,
a pedir a opinião daqueles que o conhecem bem e a ponderar se superar essa
limitação traria benefícios a você e às pessoas à sua volta.
Etapas de TrAção específicas
• Vou começar a impor limites de forma adequada. Se me
sentir tentado a socorrer ou livrar a cara de alguém, preciso ter certeza de
que farei isso pelo bem de todos. Ficarei conhecido como alguém que se importa
com as pessoas a ponto de cobrar delas que sejam responsáveis. Por mais que
seja difícil para mim, sei que isso permitirá que vários relacionamentos se
desenvolvam.
• Vou passar a dizer não nos momentos adequados. Não
deixarei de ser atencioso nem de ajudar os outros, mas vou evitar que, nessas
circunstâncias, eu me comprometa com tarefas demais e me desgaste. De forma
semelhante, vouparar de fazer coisas que os outros deveriam fazer por conta
própria. A realidade é que as pessoas tendem a tirar vantagem de mim, então manter
uma posição mais firme me ajudará a não abrir precedentes perigosos. • Darei
mais atenção a mim mesmo. Serei capaz de fazer mais pelos outros se eu estiver
mais motivado, então vou separar um tempo na agenda para fazer algo de que eu
goste.
• Vou começar a dizer o que penso com mais frequência. Se
alguém pedir minha opinião, posso ser diplomático, mas ainda assim totalmente
sincero. Preciso ter coragem de confrontar as pessoas à minha volta e cobrar
delas atitudes justas e corretas.
Como lidar com um Docinho de Coco?
Para lidar de forma eficiente com alguém assim, é sempre
importante mostrar que se admira a pessoa. Toda limitação, ainda que extrema,
contém alguns aspectos positivos; portanto, dê opiniões positivas também.
Alguns pontos favoráveis que podem ser enfatizados: o Docinho de Coco é
atencioso, encorajador, positivo e companheiro.
• Para ser ouvido e criar bons vínculos com um Docinho de Coco, sempre elogie a
motivação por trás de seu comportamento superprotetor. Essa preocupação com os
demais é algo nobre, então cuidado para não passar a impressão de que você não
a valoriza.
• Tente deixar essas pessoas em uma posição que transforme
essas tendências em vantagens. Por exemplo, dar a um Docinho de Coco uma tarefa
que exija fazer críticas sérias a outras pessoas não é o ideal. Da mesma forma,
ter que encarar alguém de personalidade forte é difícil para uma pessoa com essas
características, então ajuste suas expectativas. O Docinho de Coco tem mais
dificuldade em estabelecer limites, portanto, incentive-o a dar passos menores
e mais adequados.
Limitação fatal nº 4: Crítico (exigente, implicante ou rude
demais)
c
Eu reparo em coisas que não estão certas ou do jeito que deveriam.
c
O sarcasmo é um estilo de humor com o qual me identifico.
c
Com frequência, as outras pessoas não atingem o alto padrão que eu espero.
c
As pessoas não parecem ficar genuinamente entusiasmadas nem felizes em me ver.
c
Fico facilmente frustrado se não consigo dos outros o que quero, do jeito que
quero.
c
Pessoas que me conhecem bem já me acusaram de ser cético.
c
Não estou reclamando. Só estouindicando os problemas que precisamser
resolvidos.
c
Tenho fama de dar opiniões sem que ninguém peça.
c
Não dou a nota máxima, porque sempre é possível melhorar.
c
Costumo reparar nos defeitos das outras pessoas.
Sou Crítico -
socorro!
Recentemente, conheci alguém que tinha esse tipo de
limitação. Enquanto conversávamos, vi que havia uma caneta na mesa dele. Eu a
peguei segurei firme com as duas mãos e a entortei. Então pus a caneta na frente dele e disse: — Isso é o que você faz com seus talentos. Cada vez que
você implica com as pessoas, prejudica sua própria capacidade. Carregue esta
caneta como um lembrete; aliás, não vou cobrar nem um centavo a mais por isso.
- Ele achou graça, porém o mais importante é que entendeu o que eu quis dizer. O
fato de que as pessoas assim sempre veem espaço para melhorias nos outros e no
que fazem não é ruim, mas quero garantir que elas conquistem o direito de
expressar as opiniões. Para ser sincero, não curto muito quando alguém tenta
corrigir meus defeitos. Em vez de se preocupar com os demais, que tal investir
em si próprio? "Corrigir" é algo rápido e unilateral, ao passo que "investir"
implica uma responsabilidade de longo prazo, das duas partes envolvidas. Podemos ilustrar os perigos dessa limitação usando uma simples lata
de alumínio. Separe uma lata de refrigerante e amasse-a um pouco cada vez que você
se pegar dando uma opinião que não foi pedida, fazendo um comentário sarcástico
ou reclamando de algo. Depois, tente desamassá-la para que ela volte à forma
original. É impossível. Se você estiver em uma posição de gerenciar outras
pessoas, é essencial superar essa limitação. Não só porque eu estou dizendo.
Considere as pesquisas: elas mostram repetidamente que, quando as pessoas
largam o emprego, na maioria dos casos estão de fato largando o chefe. Com
relação aos pais, pesquisas semelhantes mostram que os filhos de perfeccionistas
estão fadados a ter medo de fracassar. Portanto, em vez de observar aquilo que
todos os demais precisam mudar, concentre-se mais no que as pessoas fazem
direito. Invista nelas e conquiste o direito de desafiá-las. Pense no talento que têm e que você espera fomentar. Talvez
seja isso o que Michelangelo tinha em mente quando disse: "Eu vi um anjo
em um bloco de mármore e o esculpi para libertá-lo."
Etapas de TrAção específicas
• Vou deixar de ser tão exigente com os demais. Minhas altas
expectativas podem dar a impressão de que sou difícil de agradar. Quando eu for
muito duro com alguém, vou pedir desculpas mesmo se achar que a pessoa está
exagerando. Vou escolher três pessoas e perguntar a elas: "É muito difícil
atender às minhas exigências?" Se disserem que sim, pedirei desculpas e
irei incentivá-las.
• Para deixar de reclamar tanto, passarei um dia inteiro sem
fazer qualquer queixa. Seja um parente, amigo, colega ou funcionário, não vou
dizer nada negativo; em vez disso, vou pensar por que eles agem e se sentem de
tal maneira. Além disso, vou começar a me concentrar mais nos aspectos
positivos das pessoas, situações e ideias.
• Vou parar de dar opiniões que ninguém pediu. Em vez de
patrulhar os demais, vou deixar que outros que conheçam a pessoa digam algo
primeiro, para não continuar sendo visto como Crítico. Também terei paciência
para perceber que talvez nem sempre eu esteja certo, então vale a pena guardar minha
opinião para mim mesmo de vez em quando.
• Vou começar a observar minha linguagem corporal com mais
atenção. Serei mais expressivo e positivo nos meus comentários e no tom de voz,
sem cruzar os braços ou franzir o cenho. Sorrir não faz mal a ninguém! •
Deixarei de "alfinetar" as pessoas e de usar de sarcasmo. Não é tão divertido
assim e as pessoas não costumam dizer se ficaram ofendidas ou magoadas.
Como lidar com um Crítico?
Para lidar de forma eficiente com alguém assim, é sempre
importante mostrar que se admira a pessoa. Toda limitação, ainda que extrema,
contém aspectos positivos; portanto, dê opiniões positivas também. Alguns
pontos favoráveis que podem ser enfatizados: o Crítico é atento, exigente e vê
oportunidades para melhorar.
• Ao interagir com um Crítico, faça comentários como:
"Estou vendo que você tem reservas e talvez precisemos superar alguns
desafios", "Que observação perspicaz!", "Temos que levar em
conta todas essas preocupações" e "Entendo o que você quer dizer e
estou tentando organizar todas as ideias".
• Se você sente que uma pessoa assim está implicando com
você, não leve a mal, pois não é nada pessoal. Expresse o que está pensando:
"Fiquei bastante preocupado; ajudaria se você também pudesse mencionar
algo positivo."
Limitação fatal nº 5: Iceberg (pouco afável)
c
As pessoas podem e devem resolver os seus próprios problemas.
c
Em geral, eu filtro os telefonemas e só ligo de volta se for importante.
c
Os outros dizem que eu não sou dos mais afetuosos.
c
Eu não elogio as pessoas tanto quanto os demais.
c
Eu me fecho mais quando estou perto de pessoas com as quais não me sinto muito
à vontade.
c
Demonstrar comportamentos afáveis me deixa constrangido, mesmo entre pessoas
mais próximas.
c
Eu raramente penso no que poderia fazer por outra pessoa.
c
Em geral, não faço questão de cumprimentar as pessoas, sobretudo as estranhas.
c
Não é raro me perguntarem o que estou pensando, pois sou fechado.
c
Não é responsabilidade minha ajudar os outros a terem orgulho de si próprios.
Sou um Iceberg - socorro!
Há uma frase de Molière que captura a essência desta
questão: "Nós não somos responsáveis somente pelo que fazemos, mas também
por aquilo que não fazemos." Recentemente, um amigo me confessou que se
sente só. Explicou que, no fundo, gosta das pessoas, mas não consegue se relacionar
com elas e não tem o hábito de procurar demonstrar quanto se importa com elas. É
comum que essa limitação sobressaia ainda mais no círculo externo ao nosso
núcleo familiar. Muitos demonstram vários comportamentos afetuosos com as
pessoas mais íntimas, provavelmente porque se sentem mais seguros. Por outro
lado, podem parecer mais fechados ou sérios entre aqueles que não conhecem
muito bem. Talvez no fundo sintam certo afeto, mas é importante mostrar esse
lado para mais gente. Um bom conceito para manter em mente é o do vínculo
emocional. Pare e pense em uns dois amigos próximos que você teve a vida toda.
Imagino que sejam amigos com os quais tenha estabelecido um vínculo emocional.
É até provável que você tenha outros com quem passe mais tempo. Busque
oportunidades de estabelecer vínculos emocionais com aqueles à sua volta.
Invista na "conta bancária emocional", construindo relações duradouras,
que resistam às tempestades da vida.
Etapas de TrAção específicas
• A cada dia, não irei dormir até ter cumprido pelo menos
uma destas tarefas: (1) enviar um e-mail positivo para alguém, (2) telefonar
para incentivar alguém ou (3) elogiar alguém. Isso me ajudará a investir nas
minhas "contas bancárias emocionais".
• Vou começar a interagir com as pessoas quando as
encontrar. Deixarei o que estiver fazendo e irei cumprimentá-las com entusiasmo
e sorrindo. Mesmo se estiver no meio de uma tarefa, posso conversar uns
minutinhos e depois dizer educadamente que preciso voltar para minhas
obrigações.
• Vou começar a tentar
saber mais sobre as pessoas com quem convivo, dizendo frases como: "Talvez
eu tenha passado a impressão de que não dou muito valor a você, então você
poderia ajudar me dando a oportunidade de valorizar mais o nosso
relacionamento?" Vou fazer perguntas mais profundas propositalmente, para
descobrir o que é importante para os outros; por exemplo: "Como está a sua
família?" ou "Em que você tem pensado ultimamente?" Também me
permitirei ser vulnerável, deixando que conheçam meu verdadeiro eu.
Como lidar com um Iceberg?
Para lidar de forma eficiente com alguém assim, é sempre
importante mostrar que se admira a pessoa. Toda limitação, ainda que extrema,
contém alguns aspectos positivos; portanto, dê opiniões positivas também.
Alguns pontos favoráveis que podem ser enfatizados: o Iceberg não se envolve em
sentimentalismos desnecessários, não deixa que os relacionamentos o façam
esquecer outras prioridades.
• Se você não está conseguindo ver um lado mais afável da
pessoa, em vez de ficar esperando, talvez seja melhor fazer perguntas
específicas, tais como: "Você gosta do que acabei de dizer?" ou
"Tenho dificuldade em adivinhar o que você está pensando - poderia me dizer
o que acha bom nisto?" Tenha expectativas realistas, pois a pessoa não
mudará drasticamente de comportamento.
• Visto que os Icebergs são mais fechados emocionalmente, é
possível ser um pouco mais direto. Se você precisar de estímulo da parte deles,
diga-lhes isso; se necessário, seja explícito. Se a resposta deles não for
suficiente, peça de novo e seja mais específico. É possível ser bastante
direto, mas eles precisam seguir comportamentos específicos. Ajude-os a
entender que será melhor para eles se adotarem um lado mais emocional, o que
provavelmente melhorará seus relacionamentos e sua produtividade. É possível
que reajam pensando ou dizendo que você está "carente", então se
prepare para responder objetivamente e explicar que o problema não é você, e
que talvez eles possam pedir outras opiniões. E, por fim, não desanime quando
eles não agirem de acordo com sua expectativa na próxima vez que essa situação
se repetir. Por vezes, os Icebergs são incapazes de enxergar uma necessidade
óbvia, então tenha paciência até que eles desenvolvam essa habilidade.

Limitação fatal nº 6: Catatônico (paixão, visão ou vigor
baixos)
c
As pessoas vivem me dizendo que sou "encostado".
c
No trabalho, é melhor se alguém me monitorar e me ajudar a estabelecer prazos.
c
Acho que eu trabalho muito melhor sob pressão. Por esse motivo, no início de um
projeto, não me empenho tanto quanto deveria.
c
Eu acho que as pessoas que se dedicam muito ao trabalho não sabem aproveitar a
vida.
c
Eu não sou promovido com muita frequência.
c
É muito importante curtir a vida.
c
Eu não posso ser caracterizado como uma pessoa intensa e motivada.
c
Se alguém me cobrar, posso cumprir com o que for pedido, mas raramente tenho
iniciativa própria.
c
Eu aproveito o horário de trabalho para resolver várias questões pessoais.
c
Eu não tenho uma ideia muito clara do que sou capaz de fazer nem de para onde
estou indo.
Sou Catatônico - socorro!
Mark Twain disse: "O segredo do sucesso é fazer da sua
vocação a sua
distração." O que você quer ser e que trabalho quer realizar?
Independentemente da sua idade, é provável que você ainda não tenha decidido.
Eu também não tenho certeza quanto a mim. As pesquisas mostram que algumas pessoas
têm uma intensidade inata que lhes permite, ao menos em certos períodos,
resolver qualquer tarefa com total
eficiência. Contudo, a maioria não é assim, e o desafio que eu lanço é o seguinte:
encontre uma atividade de que você realmente goste e na qual se sinta preparado
para ter muito sucesso. Falar é fácil, é claro, mas essa realidade não pode ser
ignorada. É claro que qualquer profissão inclui aspectos que não agradam, então
seja realista. Procure aquele aspecto especial da profissão ao qual você realmente
sente vontade de se dedicar, aquele que fará você sorrir de satisfação ao fim
de um dia árduo de trabalho. O aspecto difícil dessa limitação é a imagem que
ela transmite. Imagine uma pessoa focada e intensa que trabalhe em parceria com
alguém mais relaxado. É uma receita para o desastre. A pessoa determinada
frequentemente faz comentários como "Vamos em frente. Qual é a nossa
obrigação? Quais os objetivos?", e a pessoa descansada responde: "Por
que não relaxa? Eu quero que todos fiquem à vontade para dar opiniões. Vamos
explorar um pouco mais essa possibilidade. Não há problema se não tivermos tudo
pronto daqui a uma hora." Mas o fato é que, se você permanecer agindo como
sempre agiu, continuará conseguindo o que sempre conseguiu. Então, se está farto
de ficar frustrado com as pessoas que têm objetivos definidos, o que pode mudar
para demonstrar que também tem pressa? Se está cansado de não ser considerado
para promoções, a quem pode pedir opiniões para entender por que isso acontece?
Se você sempre tem uma explicação para não cumprir os prazos, comprometa-se a
terminar as tarefas mais cedo da próxima vez. Você quer saber que atitude as
pessoas respeitam de verdade e procuram? Aquela que demonstra paixão. Identifique
algumas tarefas que entusiasmem você e obtenha comentários sobre a sua
produtividade - e torne-a cada vez melhor.
Etapas de TrAção específicas
• Para ser mais disciplinado, deixarei de me recompensar
antes de merecer um descanso. Organizarei uma lista de tarefas e darei
prioridade aos itens mais importantes. Vou estabelecer uma pequena recompensa
após cada um ter sido concluído, como um descanso de cinco minutos, tomar
alguma bebida ou dar uma volta. (Para tarefas mais longas, subdivida-as em
etapas menores.) Se possível, vou conseguir alguém para monitorar meu progresso
com mais frequência, até que eu administre melhor meu tempo.
• Vou passar a me adiantar em vez de me atrasar. Evitarei
desculpas. Se eu não conseguir cumprir um prazo, vou dizer enfaticamente:
"Desculpe por dar a impressão de que não levei muito a sério esta tarefa.
Na próxima oportunidade, vou demonstrar que não é assim." E, se eu perceber
que talvez vá perder um prazo, avisarei à equipe sobre a situação atual e
perguntarei: "Alguém sugere algo que eu poderia mudar para acelerar o
processo?"
• Vou procurar minha paixão na vida examinando profundamente
minha escolha de carreira/emprego para ter certeza de que ela vale a pena para
mim. Terei mais chances de sucesso se alinhar meus valores pessoais a um
trabalho pelo qual tenha paixão.
Como lidar com um Catatônico?
Para lidar de forma eficiente com alguém assim, é sempre
importante mostrar que se admira a pessoa. Toda limitação, ainda que extrema,
contém alguns aspectos positivos; portanto, dê opiniões positivas também.
Alguns pontos favoráveis que podem ser enfatizados: o Catatônico é agradável e
descontraído.
• Para motivar um Catatônico, subdivida as tarefas em
unidades pequenas e mensuráveis, celebre os objetivos cumpridos e considere
oferecer recompensas como incentivo. Ajude-o a se sentir bem-sucedido; com
sorte, ele vai querer ter essa sensação com mais frequência.
• Tenha expectativas realistas sobre a iniciativa que os
Catatônicos têm. Isso não faz parte da personalidade deles, então é melhor
deixá-los em posições que demandem menos iniciativa e tenham objetivos mais
explícitos. Forneça diretrizes razoáveis para sua produtividade, mas tenha
paciência.
Limitação fatal nº 7: Rolo Compressor (excessivamente
dominante)
c
Muitas vezes, eu completo as frases de outras pessoas.
c
Quando discordo dos demais, não vejo problema em interrompê-los para
corrigi-los.
c
Eu me sinto à vontade liderando um grupo grande e com freqüência tomo a
iniciativa.
c
Por ser determinado, eu chego mais longe que os demais.
c
Eu me sinto à vontade em discussões acaloradas.
c
Quando outros estão falando, eu já estou pensando no que dizer a seguir e
esperando uma oportunidade de convencê-los a pensar da mesma forma que eu.
c
Talvez eu seja insistente e até cabeça-dura, mas em geral estou certo.
c
Se eu estou no comando, não gosto que as pessoas peguem no meu pé - cada um
deve se ater ao seu papel.
c
As pessoas dizem que sou teimoso, mas tenho apenas opiniões categóricas.
c
Os indivíduos mais fracos não deveriam estar em posições de gerência.
Sou um Rolo Compressor - socorro!
Talvez você esteja pensando: mas essa limitação é tão séria
assim? Qual é o problema em assumir o comando? Alguém precisa fazer isso, não?
E se as pessoas gostarem de como sou e até do fato de eu ser mais dominante?
Não posso simplesmente ser um ótimo líder? Se pedisse a opinião de todos, não
seria uma perda de tempo? Por que preciso do consentimento de todos, se já sei
qual é a melhor opção? Você reparou o que todas essas perguntas têm em comum?
Todas elas dizem respeito a você. Porém, ao lidar com essa limitação, a melhor
lição que se deve aprender é: você não é o centro do universo. O fato é que, em
geral, as pessoas não escrevem em letras garrafais que você as está
atropelando. Muitas vezes elas se manifestam simplesmente esperando outra
oportunidade e talvez nunca digam que ficaram magoadas. Eu apostaria que a
maioria dos indivíduos com os quais você teve discussões acaloradas ou que
considerou teimosos tinha esta característica: eram parecidos com você! Tenhamos
em mente que o objetivo não é se tornar passivo, mas manter as vantagens de ser
determinado ao mesmo tempo que se reduz o dano. Em vez de ser o líder que
produz seguidores, seja o que produz outros líderes!
Etapas de TrAção específicas
• Vou dar mais espaço para os outros quando estivermos
interagindo em grupo. Se eu tiver uma opinião, vou esperar um pouco e ver se
alguém expressa um ponto de vista semelhante. Em vez de explicar minha posição,
vou me concentrar em perguntar às pessoas mais reservadas o que elas pensam e
direi frases como "Não, pode falar. Eu insisto". Evitarei
interrompê-las ou terminar suas frases. (Peça a uma pessoa específica que o
observe e critique seu comportamento em algumas interações.)
• Começarei a interagir mais nas conversas, perguntando:
"Estou respondendo à sua pergunta?" ou "Estou dando a impressão
de que estou prestando atenção?" ou "Essa questão é importante para
você? Fale mais sobre ela". Comunicação é mais do que conseguir que os
outros me apoiem, então vou me identificar mais com aqueles com quem discuto.
• Vou me esforçar para entender aqueles à minha volta.
Tomarei mais consciência da minha tendência a assumir o controle e darei um
passo atrás e observarei mais. Evitarei ver uma decisão do tipo tudo ou nada e
farei um esforço para compreender melhor o que os outros sentem sobre o que eu
decidi, em vez de só levar em conta os fatos.
• Tentarei obter mais respostas sobre como os outros me
veem. Por exemplo, ao fim de uma reunião, posso perguntar a alguém: "Eu
fui um bom ouvinte e participei de maneira adequada?" Ou perguntarei a
alguém com quem trabalho: "Você acha que às vezes sou controlador demais?
Eu já interferi nas suas tarefas?" (Peça a alguém que responda a uma
pergunta específica, como essas, uma vez por semana.)
Como lidar com um Rolo Compressor?
Para lidar de forma eficiente com alguém assim, é sempre
importante mostrar que se admira a pessoa. Toda limitação, ainda que extrema,
contém alguns aspectos positivos; portanto, dê opiniões positivas também.
Alguns pontos favoráveis que podem ser enfatizados: o Rolo Compressor é
decidido, determinado, confiante e preparado para ser líder.
• Faça perguntas sobre o que o Rolo Compressor pensa e
sente. Diga frases como "Sua opinião é muito importante para mim - fale
mais" para ajudar a reforçar que você valoriza o ponto de vista dele. Se
estiver se sentindo pressionado ou atropelado, não se acanhe em dizer que ele
não está dando atenção a você. Deixe claro que você quer ouvir a opinião dele,
mas que, em troca, espera o mesmo.
• Ao interagir com um Rolo Compressor, quando for o caso,
imponha limites claros. Por exemplo, antes de uma reunião você pode esclarecer:
"Vamos passar uma hora juntos e estes são os assuntos sobre os quais precisamos
conversar..." Isso deixará claro que você está gerenciando a reunião e o
ajudará a ser mais compreensivo se você precisar tomar as rédeas da discussão.
Limitação fatal nº 8: Tartaruga (resistente a mudanças)
c
Mudanças e incertezas me deixam nervoso.
c
Eu me lembro de ocasiões em que resisti a alguma mudança que, depois, concluí
ser uma alternativa melhor.
c
O caminho mais seguro é aquele testado e aprovado. Por que correr riscos
desnecessários?
c
Os objetos têm um lugar certo e não gosto quando as pessoas são descuidadas com
eles.
c
Quando encontro algo que me agrada, costumo adotá-lo como hábito.
c
Quando devo tomar outro rumo, preciso de tempo para me sentir à vontade.
c
Quando me apresentam ideias novas, minha primeira reação é pensar nos motivos
pelos quais elas não vão dar certo.
c
Às vezes sou visto como teimoso, pois reluto em mergulhar de cabeça nos novos
planos traçados por outras pessoas.
c
Eu gosto muito de ter uma rotina estável.
c
Eu gosto de planejar meus dias, meus projetos e até minhas férias, e não gosto
que depois as pessoas os modifiquem.
Sou uma Tartaruga - socorro!
Para ilustrar essa discussão, apresento uma experiência
real. Ponha uma escada no meio de uma sala e coloque algumas bananas no topo
dela. Solte quatro macacos lá dentro. Quando um começar a subir os degraus para
alcançar as bananas, jogue um jato d'água em todos os outros. Da próxima vez
que um macaco tentar subir a escada, os outros vão impedilo e, com o tempo,
nenhum deles voltará a tentar alcançar as bananas. Então, retire um dos macacos
e introduza outro na sala. Em algum momento ele tentará chegar até as frutas,
mas os outros macacos irão agarrá-lo para impedir que suba a escada. Agora,
substitua outro macaco. O novo também tentará alcançar as bananas e os demais
irão impedi-lo - até o macaco que nunca recebeu o jato d'água vai ajudar a
segurar o animal destemido! O mais interessante é que, mesmo após substituir o
último macaco e nenhum deles ter sido atingido com o jato d'água, eles não irão
se aproximar d escada, pelo simples fato de que aprenderam a se comportar
assim. É triste constatar que esses animais são prisioneiros de suas
percepções. Não estou chamando você de macaco, mas acho que a lição está clara.
As bananas estão à sua espera, então vá em busca delas!
Etapas de TrAção específicas
• Vou começar a aceitar ideias novas. Mesmo se eu me sentir
um pouco resistente, minha primeira reação será positiva e entusiasmada. Direi,
por exemplo: "Nossa, o que mais gosto na sua proposta é que..." Isso
ajudará a demonstrar que estou de fato considerando o novo rumo. Também vou
fazer mais afirmações como: "Sei que às vezes demonstro certa resistência
a mudanças, mas não é isso o que quero agora. Minha única preocupação é que..." Se eu ainda me sentir reticente
ao ser levado em uma nova direção, talvez uma pergunta deste tipo ajude: "Posso
pensar um pouco nisso ou precisamos tomar uma decisão agora?"
• Passarei a me dedicar a atividades diferentes e dizer
"vamos experimentar" com mais frequência. Prefiro opções mais estáveis,
testadas e aprovadas, mas talvez eu esteja perdendo uma opção melhor. (Pense em
um hábito ou uma rotina específica na qual se concentrar e, então, tente fazer
algo consideravelmente diferente. Peça a alguém de sua confiança que o ajude a elaborar
uma ideia divertida para explorar.)
• Vou ser mais propenso a adotar abordagens diferentes
juntamente com aqueles que pensam de forma muito distinta de mim. Em geral, não
gosto de explorar ideias pouco convencionais, mas algumas delas podem ser extremamente
benéficas. Portanto, tentarei adotar as mais criativas em conjunto com as
pessoas que costumam apresentá-las.
Como lidar com uma Tartaruga?
Para lidar de forma eficiente com alguém assim, é sempre
importante mostrar que se admira a pessoa. Toda limitação, ainda que extrema,
contém alguns aspectos positivos; portanto, dê opiniões positivas também.
Alguns pontos favoráveis que podem ser enfatizados: a Tartaruga valoriza a
continuidade e preza a estabilidade.
• Compreenda que a Tartaruga tem necessidade de estabilidade,
então, se quiser que ela siga um novo rumo, inicie a conversa dizendo:
"Não precisamos tomar uma decisão agora, mas quero lançar uma ideia para
você pensar a respeito." Mesmo que sejam umas poucas horas refletindo sobre
uma possível reviravolta, ela ficará mais receptiva.
• Se você estiver interagindo com uma Tartaruga que mostre
resistência a algo novo, prosseguir discutindo às vezes pode piorar a situação,
então considere esperar e retomar a conversa em outro momento. Em geral, as Tartarugas
precisam de mais tempo para processar as informações.
Limitação fatal nº 9: Vulcão (agressivo, raivoso)
c
Quando estou tenso e sob pressão, minha frustração fica evidente.
c
Vigor e força são maneiras eficazes de lidar com as pessoas.
c
Eu tenho muita determinação para vencer e nunca jogo para perder.
c
Se me provocarem demais, fico furioso.
c
Tenho dificuldade em dizer "desculpe" e definitivamente não gosto de ser
obrigado a falar.
c
Eu digo o que penso de forma aberta e direta. O que as pessoas acham disso é
problema delas.
c
Se alguém me provocar, é claro que vou reagir.
c
Quando me encontro em uma situação de competição, eu a levo muito a sério.
c
Se você não consegue fazer a sua parte, é melhor sair do time.
c
Há certas coisas que eu não aceito ouvir.
Sou um Vulcão - socorro!
Qual é o problema de ser competitivo às vezes? Ou até mesmo
agressivo de vez em quando? Não há problema algum, desde que ser competitivo ou
agressivo seja uma escolha consciente. Se você se desentende com alguém e,
quando percebe, está falando alto e com o coração acelerado, provavelmente não
está optando por ser um participante um pouco mais competitivo. Eu sou
competitivo desde que me conheço por gente. Mas então por que estou escrevendo
essas recomendações? Tudo depende do objetivo. Se o meu era deixar de ser
competitivo, com certeza eu não consegui alcançá-lo. Porém, meu objetivo era
simplesmente buscar mais alternativas em que ambos os lados saíssem ganhando.
Uma antiga parábola ilustra muito bem essa questão. Um índio cherokee grisalho
e sábio está sentado, refletindo sobre a vida, quando seu neto vai se sentar ao
lado dele. A criança está triste por ter perdido um jogo e, com um leve
sorriso, o avô lhe diz: — Neste exato momento há uma luta sendo travada dentro
de nós. É uma briga entre dois lobos. Um deles representa a raiva, o
ressentimento, a superioridade, o egoísmo e o desejo de vencer a qualquer
custo. O outro representa a compaixão, a modéstia, o respeito, a generosidade e
a empatia. A criança pensou um pouco e então perguntou: — Vovô, qual dos lobos
vai ganhar? O avô pensou e respirou fundo antes de responder: — Aquele que você
alimentar. Vale lembrar - e isso serve para mim também - que querer ganhar é
bom, mas precisamos manter os dois lobos alimentados. Caso contrário, você
ganhará, mas não haverá mais ninguém com quem competir.
Etapas de TrAção específicas
Aqui estão algumas ações que você pode adotar para começar
hoje mesmo a ganhar TrAção. Após ler todos os capítulos referentes às
limitações, se esta ficar caracterizada como uma das suas limitações fatais,
etapas como estas farão parte do seu Plano de TrAção.
• Vou deixar de usar estas expressões que visam derrotar meu
interlocutor em discussões: "Só que..." "Porém..."
"Como eu já disse..." e "Não, o que você disse foi..." Em
vez disso, responderei de forma que ambos saiam ganhando, como "Entendo o
seu argumento, mas como resolvemos a questão?" e "Eu também não me
lembro com muita clareza, então quero ter certeza de que entendi bem o ponto de
vista de todos". • Não permitirei que as discussões ganhem uma dimensão
maior e fiquem tensas, entendendo que, se eu assumo uma postura defensiva, a culpa é minha, não do
outro. Se a única maneira de me fazer entender é subindo o tom de voz, é óbvio
que não estou me comunicando direito. Quando discordar de alguém, vou fazer uma
pausa de pelo menos alguns segundos antes de responder.
• Vou parar de tentar ter a última palavra em uma desavença,
dispondo-me a ser aquele que diz apenas "Acho que você tem razão" ou
"De fato, eu estava errado..." ou "Sinto muito". Para mim,
ganhar significa que alguém deve perder, mas essa não é a melhor forma de
encerrar uma discussão.
• Ao dirigir, não vou mais ficar frustrado com os outros
motoristas, pois isso é cansativo e chateia os passageiros que estão no carro
comigo. Durante um dia, vou dirigir 10km/h abaixo do limite de velocidade e,
quando os outros me ultrapassarem, vou acenar gentilmente e ter uma noção do
que outros passageiros e motoristas normalmente pensam de mim.
Como lidar com um Vulcão?
Para lidar de forma eficiente com alguém assim, é sempre
importante mostrar que se admira a pessoa. Toda limitação, ainda que extrema,
contém alguns aspectos positivos; portanto, dê opiniões positivas também.
Alguns pontos favoráveis que podem ser enfatizados: o Vulcão é competitivo e
luta por suas opiniões.
• Ao interagir com um Vulcão, tenha cuidado especial ao usar
"palavrasgatilho" que costumam deixá-lo agitado. Observe mudanças na
linguagem corporal ou no tom de voz e peça desculpas por expressões ou termos
que não sejam bem interpretados. • Se você sentir que o Vulcão está ficando
bravo, busque maneiras de amenizar a discussão. Esforce-se para manter a
compostura e ajudá-lo a ficar calmo. Evite fazer afirmações que o deixem
"encurralado", pois situações desse tipo podem fazê-lo perder o
controle.
Limitação fatal nº 10: Rápido no Gatilho (pouco
autocontrole, impulsivo)
c
Eu adoro experimentar coisas novas.
c
Para me realizar, eu preciso fazer algo criativo.
c
Tenho tendência a abandonar projetos ou relacionamentos que apresentam
dificuldades.
c
Acho complicado monitorar minhas finanças, por causa das minhas compras
impulsivas, do meu consumismo ou da minha falta de planejamento.
c
Trabalhar em um ambiente mundano e rotineiro é emocionalmente desgastante.
c
Se eu perco o interesse, tenho dificuldade em continuar desempenhando uma
tarefa.
c
Sou espontâneo e fico facilmente entediado com coisas repetitivas.
c
Minha natureza impulsiva é motivo de conflito nos meus relacionamentos.
c
Sou bom para começar projetos e atividades, mas não costumo chegar ao fim da
maioria deles.
c
Não preciso pensar a fundo em uma ideia; os detalhes costumo resolver depois.
Sou um Rápido no Gatilho - socorro!
A sensação que se tem é que as pessoas com essa limitação se
movem muito depressa. Talvez você dê início a muitos projetos e só conclua
alguns, ou tome decisões de forma impulsiva, ou fale sem pensar no impacto que suas
palavras terão nos demais. Na hora de tomar decisões, se você perceber que os
outros estão oferecendo resistência às suas ideias, as três explicações mais
comuns para isso são: (1) você não comunicou bem a ideia, (2) o momento não é
adequado ou (3) você não está com a razão. Além disso, talvez você tenha um
histórico de esforços muitas vezes vãos que leve os demais a pensarem duas
vezes a respeito do seu próximo projeto, por melhor que ele pareça ser. Infelizmente,
todas essas explicações conduzem a você. Mas não estou aqui para aplaudir todos
aqueles que jogam um balde de água fria e o deixam frustrado e sim para
refletir sobre o nosso papel nessa tensão constante. Uma medida simples é não
falar com ninguém sobre uma ideia antes de anotá-la em sua agenda e esperar uma
semana. Após esse tempo, você saberá avaliar melhor o potencial dessa ideia.
Tome cuidado também para não interromper as pessoas, pois às vezes a sua boca é
mais rápida do que você. E, acima de tudo, disponha-se a aceitar as opiniões
sinceras que os outros lhe derem.
Etapas de TrAção específicas
• Vou parar de interromper as pessoas. Durante um dia
inteiro não vou dizer nada em uma conversa ou reunião antes de deixar passar
dois segundos de silêncio. Essa medida vai me permitir manter o controle,
observar quem teve oportunidade de falar e perceber que talvez algumas das coisas
que eu pensei não precisavam ser ditas. Uma vez por semana perguntarei a
alguém: "Tenho sido um bom ouvinte?" E pedirei a essa pessoa que me
dê uma nota de 1 a 10.
• Vou terminar as tarefas que começo. Eu fico mais
entusiasmado com ideias novas do que com as já consolidadas, porém muitas vezes
minhas novas ideias acabam prejudicando algo valioso e eficaz. Farei mais
afirmações do tipo: "Se este não for o melhor momento para isto, ficarei
feliz em arquivar a idéia por enquanto." E, uma vez por semana, vou perguntar
às pessoas com as quais interajo mais: "Eu tenho mudado de rumo com muita
frequência?"
• Deixarei de agir por impulso. Se eu tiver uma ideia nova,
vou anotá-la e, depois de uma semana, voltarei a examiná-la para decidir se
ainda vale a pena levá-la adiante. Além disso, vou parar de envolver outras
pessoas rápido demais em ideias ou projetos, para não desviá-las de suas
tarefas. Em vez de assumir uma atitude defensiva, aceitarei bem perguntas difíceis
e, antes de avançar, vou pedir a opinião das pessoas que fizeram tais
perguntas.
Como lidar com um Rápido no Gatilho?
Para lidar de forma eficiente com alguém assim, é sempre
importante mostrar que se admira a pessoa. Toda limitação, ainda que extrema,
contém alguns aspectos positivos; portanto, dê opiniões positivas também.
Alguns pontos favoráveis que podem ser enfatizados: o Rápido no Gatilho é
adaptável e age depressa.
• Se alguém Rápido no Gatilho estiver apresentando uma ideia,
ratifique-a dizendo algo como: "Quero tomar nota disso e, mais tarde,
poderemos reservar um tempo para pensar nessa ideia em mais detalhes.
Precisamos tomar uma decisão agora mesmo?" Talvez dizer "Vamos pensar
nisso durante alguns dias" o faça sentir que ele foi ouvido e tire de você
a pressão de resolver algo imediatamente. Tome cuidado especial para não ser
interpretado como alguém que não aceita mudanças. Se trabalha frequentemente
com alguém com esse perfil, faça perguntas como: "Você acha que estamos
fazendo progresso rápido?"
• Se alguém com essa limitação tomar uma decisão impulsiva,
pense no melhor momento para confrontá-lo. Mesmo se a decisão estiver errada, o
mais sábio é tentar tirar proveito da situação e não dar a impressão de o estar
criticando. Embora reaja depressa, para ele é importante ser bem-sucedido, então
aceitará informações e detalhes que o ajudem a tomar uma decisão melhor. O mais
importante é que essas informações sejam passadas de forma eficaz e sem que
pareçam intolerantes. Os Rápidos no Gatilho não querem errar; apenas reagem a
algo que acreditam que precisa ser diferente. Enfatize o lado positivo dessa
característica, da mesma forma que eles deverão enfatizar o lado positivo da
sua opinião.